Com fundação datada em antes de
1620, ou seja, pelo menos 393 anos de história, a Fazenda Colubandê já foi
considerada uma das maravilhas de São Gonçalo. É considerada como um marco da
arquitetura rural brasileira, um dos poucos exemplares existentes e a única que
existe tão próxima da área urbana.São 38 cômodos e subsolo. Isso tudo sem
considerar a história da própria, com destaque para a grande produção de açúcar
da mesma, a existência de cristãos-novos, a passagem da Inquisição que fez com
que a Fazenda Colubandê mudasse de mãos uma grande quantidade de vezes até vir
a ser tombada pelo IPHAN em 1939.
Entretanto, apesar de toda sua relevância e história, hoje a Fazenda Colubandê, que de tão importante, deu nome ao próprio bairro, sofre com o descaso. Em uma breve busca pela internet, encontramos diferentes mídias denunciando o abandono total deste que vem a ser um símbolo da resistência da história gonçalense. O Jornal do Brasil, em matéria nos anos 80 já denunciava o descaso. Em matéria de 4/10/2012, o jornal “O São Gonçalo” diz o seguinte:
![]() |
Maquete da Fazenda Colubandê, UnB. |
Entretanto, apesar de toda sua relevância e história, hoje a Fazenda Colubandê, que de tão importante, deu nome ao próprio bairro, sofre com o descaso. Em uma breve busca pela internet, encontramos diferentes mídias denunciando o abandono total deste que vem a ser um símbolo da resistência da história gonçalense. O Jornal do Brasil, em matéria nos anos 80 já denunciava o descaso. Em matéria de 4/10/2012, o jornal “O São Gonçalo” diz o seguinte:
A cada dia que passa, os sinais de abandono se tornam mais
visíveis. Há, aproximadamente, três meses, a Fazenda Colubandê, em São Gonçalo,
está fechada desde a desativação do Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente
(BPFMA), que teve seu efetivo policial transferido para o Complexo do Alemão,
em Bonsucesso, no Rio. Construção histórica do Século XVII, o prédio está
cercado de mato e sua iluminação está precária.[1]
O jornal online “Território
Gonçalense” também denunciam o abandono:
No
domingo passado (18/11), caminhando pelo bairro do Colubandê, fiquei
estarrecido com as imagens de abandono que presenciei da Fazenda Colubandê e da
área dos fundos, onde está localizada a Vila Olímpica. [...]
Durante
a permanência da Polícia Florestal no local, pelo menos a área da fazenda
recebeu cuidados especiais (ver vídeo no final da matéria), mas a Vila
Olímpica, segundo frequentadores, ja estava sem ver uma boa manutenção há muito
tempo.
Com
a saída então do Batalhão, tanto a fazenda quanto a área esportiva agora
encontra-se em estado lastimável de abandono.
Para
evitar invasões e depredações no imóvel histórico, policiais do 7º BPM (São
Gonçalo) têm feito a segurança no local, mas não tem qualquer responsabilidade
com a manutenção da área.[2]
Mas nem
tudo são más notícias. Atualmente existe um movimento que busca modificar essa
situação da fazenda símbolo de São Gonçalo. A ideia é torna-la um polo cultural
com museu, biblioteca, parque, escola técnica e um sem número de possibilidades
que podem ser criadas dentro dos seus mais de 120 mil metros quadrados.
Esperamos que os governos municipal, estadual e federal intercedam da maneira
apropriada. Muito mais do que uma fazenda antiga, ela é um dos últimos símbolos
do período colonial, referência única, mundialmente conhecida e, como diria
Lucio Costa em seu livro de memórias “Anotações ao de correr da lembrança”, o
mais gracioso e puro exemplar.
Foto a esquerda, a
Fazenda Colubandê na década de 30, século XX. Foto a direita, A Fazenda
Colubandê na década de 70.
Foto da Fazenda Colubandê enquanto ainda estava sob administração do Batalhão Florestal.

Foto da Fazenda Colubandê enquanto ainda estava sob administração do Batalhão Florestal.

Foto recente do Jornal Território Gonçalense, demonstrando o abandono da Fazenda Colubandê.
[1] http://www.jornalsg.com.br/site/geral/2012/10/6/45278/fazenda+coluband%C3%AA+abandonada
[2] http://www.territoriogoncalense.com/2012/11/imagens-desoladoras-do-abandono-da_23.html
Luciano Campos Tardock é colaborador do Blog Tafulhar e coordenador do Memória de São Gonçalo. Formado em História pela Universidade Salgado de Oliveira, Especialista em História Moderna pela UFF e Mestre em História do Brasil também pela Universidade Salgado de Oliveira. Participou do Centenário do ex-prefeito Joaquim Lavoura e atualmente faz parte da Comissão da "Operação Fazenda Colubandê - Quem ama cuida". |
Nenhum comentário:
Postar um comentário