terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre a origem da procissão de Corpus Christi e a tradição gonçalense

A origem dos tapetes de sal não é totalmente certa. O que é certo, entretanto, é que esta foi uma das muitas formas que foram escolhidas para se celebrar de modo solene o mistério do sacramento do corpo e do sangue de Cristo na cerimônia de Corpus Christi. No início dessa tradição, os tapetes continham motivos florais e uma de suas possíveis origens com Santa Juliana de Mont Cornillon, na Bélgica.

Na época, por volta do século XIII, a então Freira Juliana anunciou uma revelação que havia tido de Jesus Cristo, sobre a necessidade que as pessoas tinham de reconhecer sua presença real na Eucaristia. A revelação chegou então ao Bispo de Liége que aceitou e a assim foi instituído a festa de Corpus Christi a então diocese de Liége.
Juliana de Mont Cornillon ou Juliana de Liège (Retinnes, Flandres, 1193 – Villiers, 5 de abril de 1258). Foi uma freira agostiniana do Convento de "Mont Cornillon". Ficou conhecida por promover a introdução da Festa de Corpus Christi no âmbito da Igreja Católica.

A feira que surgiu por conta da festa santa começou em Liége em 1246 e ornava todas as ruas por onde passava a procissão que carregava o Santíssimo Sacramento. Um ano depois ela já ocorria em vários pontos da Europa. No caso do Brasil essa prática chegou com os primeiros colonizadores. Cidades como Ouro Preto tinham suas procissões de Corpus Christi e tapetes de sal, onde também utilizavam serragem.

Vista panorâmica do tapete de Corpus Chris de São Gonçalo. O maior da América Latina. Foto: Magno Santos. Atividade: Agência PapaGoiaba e Memória de São Gonçalo.

Não se sabe em que ano exatamente a prática tenha começado a acontecer em São Gonçalo, todavia, por ser um município onde a presença católica seja muito forte, o tapete de sal tem uma presença firme na tradição e na cultura do município. O tapete de sal de São Gonçalo é o maior da América Latina. Junta mais de 20 comunidades religiosas do município e se alongando por mais de 1,5 km da principal via do centro de São Gonçalo, espalhando cultura, tradição e fé.
Sobre o Autor:
Luciano Campos Tardock Luciano Campos Tardock é colaborador do Blog Tafulhar e coordenador do Memória de São Gonçalo. Formado em História pela Universidade Salgado de Oliveira, Especialista em História Moderna pela UFF e Mestre em História do Brasil também pela Universidade Salgado de Oliveira. Participou do Centenário do ex-prefeito Joaquim Lavoura e atualmente faz parte da Comissão da "Operação Fazenda Colubandê - Quem ama cuida".

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