Nessa
última parte, poderíamos buscar um pouco a questão do patrimônio imaterial.
Podemos entender esse tipo de patrimônio como todo aquele que deriva da
produção humana como a dança, o canto, a poesia, entre outras áreas.
Pouco
se mantém das práticas culturais de São Gonçalo. Fato curioso é que, nem as que
são efetivamente ligadas ao seu santo de origem, são mantidas como é o caso da
dança de São Gonçalo. A Dança de São Gonçalo tem origem portuguesa e pode ser encontrada em diversos estados do Brasil, com características próprias em cada região.
Essa dança era encenada no dia do
martírio do santo, dia 10 de janeiro, geralmente no interior das Igrejas
erigidas em sua homenagem. Na cidade do Porto, em
Portugal, o ato de se dançar nas ocasiões de comemoração a São Gonçalo era
chamado de Festa das Regateiras. Ocasião em que participavam as mulheres que
queriam se casar. A dança era realizada dentro da igreja, o que nos remete à
Idade Média e Moderna em Portugal.
(Vídeo da dança de São Gonçalo).
Apesar de não existir mais uma data
específica para honrarias ao santo, ainda que exista uma data de martírio, acabam
por não se fazer mais festas para São Gonçalo. Isso ajuda no processo de
enfraquecimento da tradição da sua dança. Locais como na Bahia, Paraná, Minas,
Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Sendo que o seu primeiro registro ocorreu na
Bahia, no ano de 1718. Nas pesquisas feitas recentemente, nenhuma referência
surgiu com relação ao estado do Rio de Janeiro, ou mesmo ao município de São
Gonçalo. Parece que, nem a lenda de que São Gonçalo é tão casamenteiro quanto
Santo Antônio, talvez o conhecimento dessa característica o salvasse do
esquecimento por parte do clero, do povo e das autoridades competentes (e das
solteiras, claro).
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