terça-feira, 29 de abril de 2014

O caso (do esquecimento) dos Sambaquis de São Gonçalo.

No ano de 2012 pude realizar um dos meus grandes sonhos profissionais, ainda que durante um período relativamente curto: Trabalhar com arqueologia. Poder buscar, escavar, participar de descobertas que mudam o rumo da história era algo que me tirava o sono de uma maneira bastante interessante.

Ilustração: Mundo Estranho Abril. Editora Abril
Mas se por um lado ficava extremamente feliz, outras questões me deixavam bastante entristecido. Conhecendo a profundidade de informações que eram possíveis de serem colhidas com a pesquisa arqueológica em várias localidades, só conseguia me perguntar por que existiam tão poucos dados sobre esse tipo de estudo na região de São Gonçalo. Consultando a base de sítios arqueológicos no site do Iphan, existiam poucos – uns 2 ou 3. Só.

Voltando ao papo sério, no dia 8 de julho do referido ano, foi veiculada uma notícia no site do Estadão sobre a descoberta de 4 sambaquis na área onde o Comperj construía seu píer em São Gonçalo. Obra essa indispensável para o recebimento de equipamentos de grande porte.

Explicando: Sambaqui vem do tupi e significa “amontoado de conchas”. São formações artificiais, algumas do tamanho de morros, erguidos em margens de baías, praias e rios com conchas de moluscos, ossos de animais e humanos, além de restos de objetos primitivos.

Nem preciso destacar como tal achado é importante para a arqueologia brasileira. Nem preciso ressaltar como isso seria importante para a arqueologia gonçalense, tão carente de compreender suas próprias origens. O Sítio Arqueológico da Praia da Luz se concentra na área das praias da Luz e da Beira, regiões carentes do município que teriam muito a ganhar com o desenvolvimento de um polo de turismo arqueológico, que receberia curiosos da região e de fora, assim como pesquisadores que trabalhem com sambaquis.

Muito bonita a descoberta, bastante relevante mesmo. A única coisa que paira em minha mente foi... Por que diabos o Estadão veiculou tal notícia (não tirando o mérito) enquanto NENHUM jornal da região fez o mesmo? Nem Extra, nem São Gonçalo, nem O Dia, Fluminense e (hahaha) muito menos O Globo?  Será que não podem fazer críticas ao Comperj? Por que no final, todas estas instâncias sabem que a descoberta de sítios arqueológicos atrasariam ainda mais as obras do Polo Petroquímico que é construído em Itaboraí?

Apenas à guisa de curiosidade, em 1961, o então presidente Jânio Quadros assinou a lei 3924 que transforma de maneira automática em monumento arqueológico ou pré-histórico os sambaquis como uma estrutura que “representa testemunhos da cultura dos paleoíndios do Brasil”, cabendo aos infratores as sanções dos artigos 163 a 167 do Código Penal.


Ainda em tempo: Não fazer voz a uma notícia, para que ninguém saiba para que ele seja descaracterizado e não atrapalhe as obras do Comperj é uma opção válida para que o gonçalenses perca mais um pouco de sua história? Indiferença ao Patrimônio Histórico pode ser considerado crime também? Tomara que sim.

O Figueirinha I, com cerca de 18 metros de altura1
Referências:

Descoberta de sítio arqueológico é novo obstáculo à refinaria do Rio:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,descoberta-de-sitio-arqueologico-e-novo-obstaculo-a-refinaria-do-rio-,897486,0.htm

LEI No 3.924, DE 26 DE JULHO DE 1961.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L3924.htm

MACHADO, Jurema. A Unesco e o Brasil: trajetória de convergência na proteção do patrimônio cultural. In Cadernos de estudos do PEP. Contribuições da 1ª Oficina do PEP. Vassouras, 2006. Rio de Janeiro: IPHAN, 2007. 

Sobre o Autor:
Luciano Campos Tardock Luciano Campos Tardock é colaborador do Blog Tafulhar e coordenador do Memória de São Gonçalo. Formado em História pela Universidade Salgado de Oliveira, Especialista em História Moderna pela UFF e Mestre em História do Brasil também pela Universidade Salgado de Oliveira. Participou do Centenário do ex-prefeito Joaquim Lavoura e atualmente faz parte da Comissão da "Operação Fazenda Colubandê - Quem ama cuida".

domingo, 27 de abril de 2014

História Gonçalense: o modelo inglês (de ensino)

      Gymnasio Anglo-Brasileiro (1910-1911) depois passou a se chamar Colégio Aldridge (1912-1917). 
      Fonte: Revista Fon Fon.
Jorge Cesar Pereira Nunes*
                        O que chamaríamos hoje de ensino de segundo grau (ou médio) custou a chegar a São Gonçalo. Nossa primeira escola pública de primeiras letras só foi criada pelo Império em 1829, mesmo ano em que já funcionava uma escola particular dirigida pelo professor Francisco Esteves de Araújo, e nem começou a funcionar, obrigando a criação, três anos depois, de escola do mesmo nível, que só viria a implantar-se em 1833, sob o comando do professor Manuel Jorge de Faria, e passaria, em 1835, à administração da província recém-criada. Dá para imaginar, então, a dificuldade de ter-se um ginásio, quando as poucas famílias ricas mandavam seus filhos para estudar na Corte e a imensa maioria de famílias pobres não dava a mínima para a instrução de seus jovens, até por falta de dinheiro. Se o ensino primário avançava, o secundário demoraria vários anos.

                        Apenas em 1864 viria a existir um aqui, o Colégio São Gonçalo, aberto pelo professor provincial jubilado Teodorico José Ferreira de Moraes (que viria a falecer aos 93 anos, em 15 de outubro de 1904, e foi sepultado no Cemitério do Maruí, em Niterói), que o colocou a funcionar em onze de janeiro daquele ano, com aulas de português, latim, francês e matemáticas elementares. As mensalidades eram de quatro mil réis para alunos externos e 25 mil réis para os pensionistas. Os preços eram altos para a sociedade local e a experiência durou pouco.

                       O ensino secundário só viria a ser alavancado no princípio do século XX: o professor Charles Wicksteed Armstrong criara em São Paulo, em 1899, o Gymnasio Anglo-Brasileiro e tal foi seu sucesso, aferido pela obtenção da equiparação ao Ginásio Nacional (Colégio Pedro II) em 1906, que resolveu investir no Rio de Janeiro, com a criação de uma sucursal. Para tanto, adquiriu do diretor do London & River Plate Bank no Rio, Havilland de Lisle, a Chácara Paraíso, na Via Sete Pontes, em São Gonçalo, que antes pertencera ao dr. Sá Rego. Este já tentara vendê-la para a União, em 1900, quando aqui veio o presidente da República Campos Salles, em dois de janeiro, com a intenção de nela instalar um hospital para doentes de béri-béri, mas que não se concretizou diante da forte reação da comunidade gonçalense e niteroiense, temerosa de tornar-se o local um foco de disseminação da doença. Sá Rego deu sorte com a chegada da eletricidade e do bonde elétrico à região, em 1909, e com a propriedade valorizada, vendeu-a a H. de Lisle que, por sua vez, no mesmo ano a transferiu a Charles Armstrong.


  Visão lateral do colégio, que ficava situado na Chácara Paraíso, Sete Pontes, São Gonçalo.     Fonte: Revista Fon Fon.
                        Em 1910, o Gymnasio Anglo-Brasileiro começou a funcionar em 15 de março, superlotado de alunos provindos de famílias ricas, sobretudo da então Capital da República. Chamava-se também The Anglo-Brazilian School, com a divisa “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo são), segundo seu estatuto. Em setembro do mesmo ano, ocorre um ato de reconhecimento à importância da unidade de ensino: o ministério da Justiça nomeou Oscar Guimarães de Santana para fiscalizar o Anglo-Brasileiro. No ano seguinte, o professor Armstrong passaria pelo primeiro desgosto: no dia três de março, ladrões entraram no prédio e roubaram um tinteiro de prata dourada com rubis e pérolas, duas canetas de prata e um guarda-chuva de seda novo. Em abril seguinte, viria o segundo desgosto: o ministério da Fazenda indeferiu seu pedido de isenção de imposto de importação do moderno equipamento que comprara para os laboratórios de física, química e história natural. Logo depois, Armstrong desistiu de sua empreitada por aqui, comprou a Chácara do Vidigal, no Rio, e para lá transferiu o Colégio Anglo-Brasileiro, que vendeu na década de 1930 para o Colégio Stela Maris.


Vista interna do colégio, que ficava situado na Chácara Paraíso, Sete Pontes, São Gonçalo.    Fonte: Revista Fon Fon.
                        Porém, a história não se encerrou aí. Um dos professores e diretor do Anglo-Brasileiro, Alfred R. Aldridge, adquiriu a Chácara Paraíso, manteve o ginásio e denominou-o Colégio Aldridge, com a divisa “Labore et Honore” (Trabalho e Honra). Alfred, viúvo, ali se dedicou com os filhos Walter Leonard e Rathleen, esta carinhosamente chamada pelos alunos de Dóris, mantendo o mesmo sistema exaltado por Armstrong: “Aqui, um menino não aprende somente as disciplinas necessárias à entrada em uma faculdade, aprende também a ser forte, ser ágil e resistente – aprende a viver e educar-se nos melhores princípios de asseio e higiene, acostuma-se a exercícios atléticos, que o tornam robusto, corajoso e conhecedor dos esportes mais úteis; recebe também lição de boa sociedade, aprendendo a figurar em uma mesa elegante, manter atitude discreta e simples, enfim recebe instrução completa sob todos os pontos de vista.” O Colégio Aldridge funcionou na Chácara Paraíso até 1917, quando Leonard, filho de Alfred, decidiu transferi-lo para o Rio de Janeiro, ao comprar o prédio que fora do Colégio Abílio, em Botafogo, onde funcionou até 1945. Quanto à Chácara Paraíso, foi ela adquirida em 1918 pela União, que ali instalou o 5º Batalhão de Engenharia do Exército, dando início a uma outra história, a do 3º Regimento de Infantaria, que ali funcionou até 2010, quando foi transferido para o Amazonas como 3º Batalhão de Infantaria da Selva, mantida a denominação de Regimento Araribóia. A partir de então, a Chácara Paraíso passou a ser ocupada pelo governo do estado, que virtualmente destruiu aquele importante local histórico.


Acomodações do colégio, que ficava situado na Chácara Paraíso,   Sete Pontes, São Gonçalo.   Fonte: Revista Fon Fon.
                        Nos sete anos de funcionamento dos Colégios Anglo-Brasileiro e Aldridge na Chácara Paraíso, passaram por seus bancos escolares centenas de alunos, muitos dos quais vieram a se destacar em suas profissões. Entre os daqui, o médico Francisco de Almeida Pimentel (1904/1971), que chefiou o serviço de cirurgia do Hospital de São Gonçalo (hoje, Luiz Palmier) e se notabilizou como cirurgião no Estado do Rio. Entre os vindos do Rio, o engenheiro agrônomo e político Luiz Simões Lopes (1903/1994), fundador da Fundação Getúlio Vargas, que deixou registrados para a posteridade vários fatos de sua passagem pelo Aldridge, dentre eles o seguinte: designado pelo grêmio literário para saudar o poeta Olavo Bilac, em visita ao colégio, declamou um poema dedicado à bandeira e atribuiu sua autoria a Bilac. O poeta, então, segredou-lhe: “A poesia é muito bonita, mas não é minha; é do bispo dom Aquino Correia.”


Festival esportivo, situado na Chácara Paraíso,   Sete Pontes, São Gonçalo. 
                         Fonte: Revista Fon Fon.
                        No rastro desses dois estabelecimentos de ensino começaram a surgir outros, quase todos também de vida efêmera, como o Colégio Nossa Senhora de Lourdes da Divina Providência, em 1913 (que encerrou as atividades logo depois), dirigido pela irmã Bernarda, no endereço depois transformado em asilo de idosos e no atual Colégio Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade; o Colégio Altivo, em 1919, na Rua Pio Borges, 829, em Sete Pontes, dirigido pelo professor Altivo Cesar, que funcionou até 1947, e teve sua área loteada no ano seguinte; o Colégio Rui Barbosa, em 1933, em Neves, que funcionou até 1940; o Colégio Luso Brasileiro, na Rua Moreira Cesar, 70, em 1935, transformado três anos depois no Ginásio Floriano Peixoto, de vida de apenas um ano; o Externato Santa Terezinha, de 1939, criado pela professora Aída Vieira de Souza e o único ainda existente; e até o professor João Brasil, criador do afamado Colégio Brasil, em Niterói, aqui começou a estudar a implantação de um ginásio, em 1939, mas não pôde levar adiante, devido ao seu falecimento.

                        Muitos outros surgiram e desapareceram desde então, mas todos tinham uma particularidade comum: eram iniciativas privadas, com a cobrança de mensalidades que a maior parte da população não podia pagar. O prefeito Nelson Correia Monteiro despertou para a realidade e construiu, em 1940, um prédio para a instalação do primeiro ginásio público da cidade. Temendo não poder mantê-lo com as diminutas verbas da prefeitura, decidiu colocá-lo em licitação para administração por particular, mediante garantia de uma percentagem de vagas para alunos pobres (indicados pelo Poder Executivo), com frequência gratuita. O arrendamento, por dez anos com opção de compra ao final, foi ganho pela professora Estefânia de Carvalho, que ali inaugurou o Colégio São Gonçalo em 10 de novembro 1941, nas comemorações do aniversário do Estado Novo, presente a senhora Alzira Vargas do Amaral Peixoto, esposa do interventor federal no RJ, Ernane do Amaral Peixoto, que cortou a fita simbólica. As atividades da unidade de ensino foram iniciadas em fevereiro de 1942 e encerradas na década de 2010.

                        O único colégio totalmente público na cidade só viria a surgir em 1962, com a instalação do Instituto de Educação de São Gonçalo (logo depois denominado Clélia Nanci, em homenagem à mãe, então recentemente falecida, do prefeito e deputado estadual Aécio Nanci), mas ele se restringia à formação do magistério. Por isso, em 31 de março de 1970 seria inaugurado o primeiro ginásio público voltado para a atenção integral ao aluno, pioneiro no antigo Estado do Rio de Janeiro. É o atual Colégio Municipal Presidente Castello Branco, que recebeu esta denominação do prefeito Osmar Leitão Rosa em reconhecimento ao primeiro presidente da República a fazer uma reforma tributária benéfica aos municípios. Antes, as prefeituras recebiam dos Estados uma parcela do Imposto sobre Vendas e Consignações (IVC), mas não havia obrigação legal de repasse de tais verbas, que quase nunca ocorria. Com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM, atual ICMS), a partir de 1967, os Estados passaram a fazer o repasse mensal obrigatoriamente. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1971, as antigas escolas primárias (só de primeira a quarta séries) passaram abranger todo o ensino de primeiro grau (isto é, englobando também o ginásio, hoje, ensino fundamental) e várias foram transformadas em colégio (assumindo igualmente o segundo grau, ou médio) e a maior parte da população teve onde educar os jovens desde a infância.  



                       
Fontes: Talita de Oliveira Casadei, A Imperial Cidade de Niterói, p. 35/36, Serviços Gráficos Ímpar, 1998.
              Impressões do Brasil no Século XX, p. 481/626, editado em Londres por Reginald Lloyd.
              Emmanuel de Macedo Soares, As Ruas Contam Seus Nomes, p. 420.
              Luiz Simões Lopes, Fragmentos de Memória, p. 46, organizado por Suely Braga da Silva.
              Deliberação n. 22, de 22-08-1832, do Ministério do Império.
              Relatório do Ministério do Império de 1834.
              Livro 40, da Câmara Municipal de Niterói.
              Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol 303, p. 55 e 71.
              Relatório do presidente da província Paulino José Soares de Souza, de 11-05-1840.
              Relatório do presidente da província João Crispiniano Soares, de 21-10-1864, mapa nº 4.
              Diário Oficial da União, abril de 1910, p. 2355 a 2358.
              Diário Oficial das Municipalidades, 19-09-1941, p. 2.
              A Pátria, 06-01-1864, p. 3.
              Correio Mercantil, 05-01-1864, p. 4.
              O Fluminense, 03-01-1900, p. 2; 17-10-1904, p. 1; 04-03-1911, p. 2; 21-05-1918, p. 2; 21-10-1920, p. 1; 29-06-1935, p. 1; 03-06 e 05-07-1938, p. 1; e 26-03-1939, p. 2.
              A Noite, 01-09-1914, p. 2.
              A Gazeta, 16-06-1931, p. 4.
              O São Gonçalo, 01-10-1939, p. 1; e 09-11-1941, p. 1.
              Gazeta de Notícias, 26-01-1910. p.3; 23-09-1910, p. 5; 24-04-1911, p. 4; e 22-09-1915, p. 5.
              A Illustração Brazileira, 01-02-1910, 3ª e 4ª páginas não numeradas; 01-05-1910, p. 155 e 156; e 16-12-1911, p. 201.


Sobre o Autor:
Jorge Nunes Pereira Nunes Jorge Cesar Pereira Nunes. Desde sua juventude é ativista político em São Gonçalo e trabalhou diretamente com três prefeitos – Osmar Leitão Rosa, José Alves Barboza e Hairson Monteiro dos Santos. Graduado em Direito pela UFF. Jornalista e pesquisador em História de São Gonçalo. Autor dos livros: “A criação de municípios no Estado do Rio de Janeiro” (1992), “Chefes de Executivo e Vice-Prefeitos de São Gonçalo” (2009), "Dirigentes Gonçalense - Perfis" (2012) ,“Os nossos símbolos cívicos e a saúde Pública 1820-1940 in: São Gonçalo em Perspectiva” (2013). Endereço eletrônico: jorgecpn6@hotmail.com. Boa Leitura.

Vila Operária Neves, Vila Lage, São Gonçalo


          A Vila Operária Neves, atualmente chamada de Vila Lage, emprestando o nome ao bairro, foi construída por volta da primeira metade da década de 20 do século XX pelo autodidata e empreendedor Henrique Lage para os funcionários e familiares da Companhia Nacional de Navegação Costeira S/A, situada na Ilha do Vianna, em sintonia às novas leis trabalhistas e adequando-se ao novo momento das relações entre as empresas e os trabalhadores. 


Construção das casas da Vila Operária Neves. 
"Ressalta-se que a construção de vilas operárias é uma prática relativamente comum entre os grandes empresários desde fins do século XIX, normalmente contanto com incentivos governamentais e localizadas em terrenos das próprias empresas". (RIBEIRO, 2007, p.169)

          As edificações são realizadas na região de Neves, em São Gonçalo, próximo ao ramal ferroviário da Leopoldina e em terrenos adquiridos, em 1915, pela Lage & Irmãos.

Foto dos Lage (exceto Henrique e Renaud Lage). Fonte: Revista Fon Fon
Terrenos adquiridos às margens da Estrada de Ferro Leopoldina
Olaria mecânica da Companhia Nacional de Navegação Costeira S/A para fabricação de tijolos. 
          A Vila Operária/Vila Lage caracteriza-se por um conjunto de construções habitacionais que segue um padrão arquitetônico com grandes portas e janelas de madeira, além das suas varandas convidativas e telhados inconfundíveis. O conjunto residencial é composto por moradias pequenas de um pavimento com dois quartos e residências grandes, de dois pavimentos com cinco quartos, custando cada uma ao empresário respectivamente 20 contos de réis e 40 contos de réis, e  alugadas aos trabalhadores por cem mil réis e 150 mil réis (RIBEIRO, 2007).


Visão lateral do conjunto de casas sendo construídas Vila Operária Neves. 

Modelo de casa com dois pavimentos. 
          As casas e o Clube Social Vila Lage (Este fundado em 1942) permanecem de pé até a presente data, embora se perceba descaracterizações devido a reformas em algumas casas muito pela falta de informação e incentivo, pois não foram tombados por nenhuma esfera de poder público para que haja a preservação e manutenção desse patrimônio gonçalense.


          O conjunto habitacional de Vila Lage é um vestígio no tempo e no espaço das transformações urbanas, econômicas e sociais, do São Gonçalo do início do século XX e precisa ser preservado!


Referências: Fonte: Imagem1 - Vila Proletária, Neves.. Daniel Ribeiro. Centenário da Independência do Brasil. Álbum do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Imagem 2 – Google Maps, GOOGLE, 2013. Fonte: Imagem 3- Construção das casas da Vila Operária Neves. Revista Fon Fon, 1920, 51 ed.Fonte: Imagem 4- Lage e Irmãos. Revista Fon Fon Fonte: Imagem 5- Terrenos adquiridos às margens da Estrada de Ferro Leopoldina. Revista Fon Fon, 1920, 51 ed. Fonte: Imagem 6-  Olaria mecânica da Companhia Nacional de Navegação Costeira S/A para fabricação de tijolos. Revista Fon Fon, 1920, 51 ed Fonte: Imagem 7- Visão lateral do conjunto de casas sendo construídas Vila Operária Neves. Revista Fon Fon, 1921, 37 ed Fonte: Imagem 8 - Modelo de casa com dois pavimentos. Revista Fon Fon, 1921, 37 edFonte: Imagem 9- Vila Neves atual Vila Lage. São Gonçalo - RJ Fonte: Revista Cruz de Malta, ano I, n. 8, mai/jun 1937. Acervo da Biblioteca NacionalReferência: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_LageRIBEIRO, Carlos Alberto Campello. Henrique Lage E A Companhia Nacional De Navegação Costeira: A História da Empresa e sua Inserção Social (1891-1942), UFRJ, 2007.
Sobre o Autor:
Wilson Santos de Vasconcelos
Wilson Santos de Vasconcelos é editor do Blog Tafulhar. Formado em sociologia pela UFF, mestre em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela ENCE/IBGE e Doutorando em Ciência Política pela UFF.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Um pouco da história do Educandário Vista Alegre.

Sempre passo em frente a uma construção que me despertava a curiosidade. Consegui identificar o nome com algum esforço (óculos!). O nome era EDUCANDÁRIO VISTA ALEGRE. Escola grande, construção antiga. Daquelas que marcam a paisagem e a história do lugar. Revirei alguns livros que tenho sobre a história de São Gonçalo e não achei nada. Mas continuarei a pesquisar e apresentar mais dados sobre a história desse espaço... Até que encontrei algo na página do Memória Viva.

O site Memória Viva é uma página muito a frente de seu tempo. A 16 anos no ar ajuda a manter em evidência a história e a memória, seja de ícones do passado, seja de lugares e, foi por acaso que encontrei um texto deste site sobre o Educandário em um de seus projetos que é o resgate de algumas matérias de algumas matérias da revista O CRUZEIRO.

O Cruzeiro foi uma revista semanal ilustrada, lançada no Rio de Janeiro, em 10 de Novembro de 1928, editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Foi a principal revista ilustrada brasileira da primeira metade do século XX e deixou de circular em julho de 1975.

O texto assinado pelo jornalista Luciano Carneiro em 24 de outubro de 1959 é um importante documento sobre a convivência das crianças, da celebração do dia das crianças e, principalmente, um texto denuncia sobre, como o próprio autor define sendo "a casa-grande dos filhos de hansenianos no Estado do Rio".

Segue o agradecimento ao trabalho desenvolvido pela página MEMÓRIA VIVA. Abaixo o texto da Revista O CRUZEIRO.

O Educandário Vista Alegre está fechado desde novembro de 2013.
A Educação municipal perde um importante centro de ensino que ajudaria centenas de crianças da região de Vista Alegre e bairros da região.

Os órfãos de pais vivos

Texto e fotos de LUCIANO CARNEIRO

ESTA é a semana em que os jornais e revistas falam da criança. Dia 12 de outubro está aí. Antigamente, era um dia que lembrava sobretudo Américo Vespuccio e sua descoberta. Hoje, o dia 12 é muito mais o “Dia das Crianças” que o abstrato “Dia das Américas”. Não é, garotada?

Claro, muita gente condena tais festas. O “Dia das Crianças”, como o do “Papai”, o da “Mamãe” e o “Dia dos Namorados”, não passaria de um abuso - de mera promoção comercial, das lojas de roupas e brinquedos. Mas para saber se há de fato abuso, ou se o abuso deve ser coibido, é preciso fazer um inquérito entre as crianças. Só elas podem dizer se os presentes do dia 12 são de mais ou de menos. Na realidade, para se acabar com as festas à primeira vista abusivas ou ilógicas, seria preciso mudar muita coisa neste mundo. Para começar, os homens grandes teriam de celebrar o “Dia do Trabalho” não como agora, repousando, mas trabalhando mais. Não é, garotada?

Êste ano, nossa reportagem do “Dia das Crianças” não mostra, como nos anos anteriores, o desamparo em que a maioria delas vive. Nem ensina como tratá-las melhor; ou diz como as famílias ricas cuidam de seus nenens. Êste ano, visitamos o Educandário Vista Alegre, em Alcântara, a casa-grande dos filhos de hanseníanos no Estado do Rio. São êles órfãos de pais vivos, mas vivem uma infância feliz porque determinadas pessoas respeitam uma velha lei de moral, anunciada há séculos - a responsabilidade não é apenas de Deus; o homem é responsável pelos irmãos que precisam de ajuda.

 NO Educandário, a primeira coisa que nos chama a atenção, afora os jardins e as instalações, é o bom-humor das crianças. O fato de a mesma moléstia ligar o destino de seus pais, e mantê-los segregados de si e do mundo, em nada afeta a sua infância. O repórter foi até lá, sem aviso prévio. Não disse sequer à diretoria que ia fazer uma reportagem. E quando empunhou a sua “Leica”, para bater estas fotos, não teve qualquer dificuldade em fixar imagens de pura alegria. Porque as crianças sabim rir. Na sala de aula, sim, tinham uma disciplina a obedecer e obedeciam. Mas, fora, viviam tão à vontade como se estivessem em sua casa - e estavam. Fora das horas de aula, refeição ou repouso, se perdiam no extenso pátio, e brincavam de pés no chão, alma livre como de passarinho.

 Se o destino das crianças depende realmente da infância, então o futuro daquelas crianças parece bem resguardado. A presunção é científica:

- Só podemos ensinar uma criança a cuidar de si mesma, se permitirmos que ela o tente. Os erros que ela cometer cimentarão o seu aprendizado na vida.

Disse uma professôra ao repórter.

ESSAS crianças devem sua boa situação, primàriamente, a D. Eunice Weaver, presidente da Federação das Sociedades de Assistência aos Lázaros. Foi ela quem espalhou pelo Brasil inteiro os antigos preventórios, que hoje têm o nome, mais correto e mais humano, de Educandário. Mas com quem elas privam dia a dia e de quem recebem uma afeição direta, é uma senhora de Niterói. D. Edina Lellis Leite. Eleita presidente da Sociedade Fluminense de Assistência aos Lázaros. D. Edina tem sido nesses dois últimos anos o “Anjo Bom” do Vista Alegre. Apoiada, em tôda linha, por seu espôso, Sr. Heráclito Lellis Leite, D. Edina fêz grande reforma no Educandário, liquidou dívidas avaliadas em um milhão e 400 mil cruzeiros, e se deixou enternecer por 200 “filhos adotivos”. Luta com enormes dificuldades, mas não se arrependeu de ter aceito o encargo. “Faz um bem tremendo à alma da gente”, disse.

WALDIR tinha apenas um dia de vida, ao chegar. Mal nasceu, teve de ser afastado de sua mãe, a exemplo do que sucedera a quase todos os meninos que o receberam no Educandário, diante do repórter.

 Quando completar seis anos de idade, êle terá permissão de ir conhecer os pais. E dêsse dia em diante os visitará três vêzes por ano - no dia do papai, no dia da mamãe e no Natal - e poderá acenar-lhes de longe, contar suas histórias e de longe tomar-lhes a benção. (De longe - até que o progresso da medicina traga a notícia definitiva, tão esperada, aquela que permitirá abraços e beijos de perto, e o sonho de um convívio comum.)

Quando a diretora do Hospital, D. Maria W. Thomsen, acomodou Waldir no berçário, uma jovem de 17 anos, que também chegara com aquela idade, pediu licença e pregou no véu do berço uma rosa apanhada no jardim. Era mais um gesto de boas-vindas ao novo irmãozinho.

Crédito do texto e do trabalho de resgate da revista o Cruzeiro: http://www.memoriaviva.com.br.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma história dos prados gonçalenses.


Quando eu falar em competição bretã não se enganem, São Gonçalo não viveu apenas de futebol com seus times do Mauá, Tamoio e Metalúrgico. Um outro esporte fazia um grande movimento por estas terras.


Com ao menos dois espaços reservados, o turfe movimentava a região. O primeiro era o Hipódromo Guanabara, sediado em Neves e que, atualmente, só resta a construção da 73 DP, que era o antigo estábulo do Hipódromo Guanabara. 

Como foi destacado: "Era tão conhecida do lado de cá da baía de Guanabara que, segundo Carlos Wehrs, quando a barca "Especuladora" explodiu, em 23 de maio de 1844, a maioria de seus duzentos passageiros se dirigia às corridas em São Gonçalo."


73° DP, antigo estábulo do Hipódromo Guanabara.



Já o Prado de Alcântara, que tinha sua pista na Fazenda do Coelho, passou à História conforme o relato do historiador gonçalense Luiz Palmier: "Aos domingos, em terras da Fazenda do Coelho, alguns páreos eram disputados, constituindo motivos de grande afluência do povo para apreciar as corridas de cavalos". (In "São Gonçalo").


Corrida nos prados, foto meramente ilustrativa.



Aliás, dia de corrida era dia de festa com direito a foguetório, roupas "de domingos" e tudo o mais. Solenes cavalheiros e mocinhas que ocultavam o sorriso atrás de trabalhadíssimos leques de seda e madrepérola desfilavam entre os aficcionados, ascendendo paixões e alimentando esperanças.

Na Fazenda dos Irmãos Gianelli, em Guaxindiba, ainda segundo Palmier, os convidados posicionavam-se nas varandas laterais, de onde acompanhavam a competição entusiasticamente, brindando vinhos e licores caseiros ou fazendo apostas ruidosamente.

Ninguém sabe precisar quando e por que terminaram as corridas em São Gonçalo. O certo, no entanto, é que elas aconteceram. E até deixaram, como lembranças às novas gerações, um bairro que perpetua, pelo nome, o profissional mais importante desse esporte nobre: o Jóquei.

Agora é cavar e descobrir mais informações sobre os Prados Gonçalenses!

Referências:



Texto originalmente publicado em 18/12/2012 na página Memória de São Gonçalo.
Sobre o Autor:
Luciano Campos Tardock Luciano Campos Tardock é colaborador do Blog Tafulhar e coordenador do Memória de São Gonçalo. Formado em História pela Universidade Salgado de Oliveira, Especialista em História Moderna pela UFF e Mestre em História do Brasil também pela Universidade Salgado de Oliveira. Participou do Centenário do ex-prefeito Joaquim Lavoura e atualmente faz parte da Comissão da "Operação Fazenda Colubandê - Quem ama cuida".

A visita do Vereador Diego São Paio e o abandono do 3° Batalhão de Infantaria.

A causa da memória, história e da cultura gonçalense parece que vem tomando força. Se já foi anunciado aqui o texto do Professor e Político Josemar Carvalho, falando com propriedade sobre a questão da valorização de nosso patrimônio, agora destacamos a fala do então vereador Diego São Paio. O vereador tem atuação de destaque na comissão da "Operação Fazenda Colubandê: Quem Ama Cuida" e agora se junta a causa do abandono do 3° Batalhão de Infantaria. 

Como é destacado pelo vereador: "Essa área que pertence ao Estado, poderia dar muitos frutos positivos para nossa cidade". Acompanhado pelo Dr. Augusto Carriço (Próximo presidente do Rotary Club Sg) e pelo presidente da Associação Comercial de São Gonçalo, Evanildo Barreto, que também foram incisivos no valor que esse espaço acrescentaria para o bem de nosso município: "Principalmente no campo da educação", como destacado por Evanildo Barreto.


O Vereador Diego São Paio com Evanildo Barreto (ao centro) e o Dr. Augusto Carriço.

Uma espetacular ferramenta de apoio a sociedade no campo da educação, no campo do lazer. Poderíamos ter um horto botânico, uma escola técnica. Uma vez que nossa região carece de capacitação profissional. - Evanildo Barreto.

O 3°BI foi destinado para ser demolido e em seu lugar, construído casas populares para os moradores que foram afetados pelas chuvas e perderam suas residências. Um ponto que deve ficar claro a todo instante é que não somos contra a construção de casas populares para esses homens e mulheres que perderam tudo. Apenas discordamos no local escolhido, uma vez que o 3°BI é reconhecidamente uma referência na história de São Gonçalo, do estado do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo, como podemos destacar pelo envio de tropas de paz que atuaram em diferentes pontos do mundo, saídos diretamente do batalhão abandonado.
 A população quer a revitalização dessa área. - Dr. Augusto Carriço.
Para finalizar, é com muita satisfação que podemos ver os primeiros passos serem dados com relação a luta da Fazenda Colubandê. Agora, vamos lutar por outros equipamentos culturais de São Gonçalo. A briga agora é pelo 3°BI, mas não iremos esquecer da Fazenda Engenho Novo, das ruínas da Fazenda Jacaré, da Capela da Luz, dos Sambaquis da Praia da Luz e dos sítios arqueológicos que estão devidamente abandonados pela Cultura de nosso município. 

Desistir não é uma opção.

Avante.

Abaixo, o vídeo da visita do vereador.

3° Batalhão de Infantaria: O Infante Esquecido

Imagem: Tafulhar. Abr. 2013
            Construído na década de 20, no início do século passado para sediar o 3º Regimento de Infantaria do Exército (Regimento Araribóia), foi transformado em 3º Batalhão de Infantaria Motorizada, situado à Rua Dr. Porciúncula, 395, bairro de Venda da Cruz, no município de São Gonçalo-RJ, numa área de 146.772,00 m² (cento e quarenta e seis mil setecentos e setenta e dois metros quadrados) o que equivale a 17 (dezessete) campos de futebol, com as medidas do Maracanã.

Professo Josemar e o 3° BI

Nos países que minimamente valorizam a cultura e a educação temos no tombamento uma forma de imortalizar uma forma cultural, seja ela arquitetônica, seja ambiental, ou uma obra.
Tombar é fazer com que os monumentos e patrimônios ganhem dimensão histórica. A valorização do lugar, é fundamental na construção e na autoafirmação social. Por outro lado, a desterritorialização retira dos fatos e dos objetos.
Não há desenvolvimento humano, sem a construção de identidades societárias. Todo o grupo humano (seja uma tribo, ou uma sociedade complexa) tem pontos intocáveis para sua reprodução cultural e social.

É dessa forma que o Professor Josemar Carvalho, professor e político atuante em São Gonçalo começa sua fala em defesa da manutenção do reconhecimento do 3° BI como uma área importante para a história e cultura da região de São Gonçalo e além, de municípios que receberam inúmeros jovens para o alistamento.

Hoje abandonado, o 3° BI é alvo constante de vandalismo, invasão, bandidagem e uso de drogas. A ideia que eu defendo para a região é que fosse criado ali um espaço de ensino em São Gonçalo. Com toda aquela área poderia ser criada a maior escola em nossa região. Justamente o município que perdeu uma de suas maiores escolas (O Colégio São Gonçalo), poderia ganhar uma grande unidade nova de ensino na região.

Para quem quiser ler o texto completo do professor Josemar Carvalho, basta clicar AQUI. Além de um profissional competente na sua área, o Professor Josemar é um amigo que luta pelas causas de São Gonçalo. 


quarta-feira, 9 de abril de 2014

3° BI - Imagens do abandono.


Álbum do Flickr ampliado! Fotos do 3°BI, imagens do abandono.

Foram inseridas imagens de uma visita em 24 de janeiro de 2014 por Luciano Tardock e Wilson Vasconcelos apresentando o estado de abandono em que o antigo conjunto de prédios que abrigaram um dos Batalhões que mais enviaram pracinhas para a Segunda Guerra Mundial.

Hoje o 3BI está abandonado. Diversas matérias tem sido divulgadas na intenção de direcionar algumas ações dos governos, estadual e municipal, no intuito de não prosseguirem na ideia descabida de demolir toda a área para a construção de apartamentos populares, mantendo no lugar algum projeto que revitalize a área como uma grande escola profissionalizante. 

A área de mais de 100 mil metros quadrados hoje é um problema, uma vez que, segundo relatos da população que mora no bairro da Venda da Cruz, tem dado a possibilidade de ladrões e viciados se esconderem, aumentando assim o nível da criminalidade da região e também de insegurança entre os que moram nas proximidades.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Album: Jázigo do Barão de São Gonçalo.



Então, já viu todas as fotos do Jázigo de Belarmino Ricardo de Siqueira, o Barão de São Gonçalo? Clica no link abaixo que você terá acesso ao álbum de fotografias. Gradualmente o Memória de São Gonçalo irá disponibilizar livremente todas as fotos que fazemos em nossas atividades. As mesmas podem ser utilizadas em qualquer atividade educativa ou acadêmica, mas dá os créditos aí. Basta dar o devido crédito. Acho que vocês imaginam como é pular muro, correr de cachorro, tiro de sal... Espero que se divirtam e gostem das fotos.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A Fazenda em azul.

O Dia Mundo do Autismo, anualmente em 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas, em 18 de Dezembro de 20072 , para a conscientização acerca dessa questão. No evento de 2010, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.

E nesse dia 2 de Abril de 2014 a Fazenda Colubandê estará iluminada de azul para reconhecer e validar a luta de milhões de pessoas ao redor do mundo e no município de São Gonçalo que sofrem com essa doença. Mais uma vez a fazenda transcende sua função histórica para apresentar-se como símbolo de diversas causas distintas.

Aguardamos que esse modelo de campanha se espalhe não só por São Gonçalo mas também, para outras localidades. A valorização do patrimônio é importante e, dar aplicabilidade a ele se faz necessário para que ele não seja apenas um elefante branco no orçamento das cidades. O patrimônio histórico precisa se integrar a outras questões e usar sua força simbólica para a conscientização de toda causa justa.

A Fazenda iluminada de azul. Foto de Augusto Carriço. 

Imagem da campanha da Onu para a conscientização do autismo

Imagem da campanha da Onu